No Salmo 90, que é atribuído a Moisés, temos, no verso 10, a seguinte súplica dirigida a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria” (BÍBLIA, Salmos, 90, 12), enfocando a ideia de que, para que se tenha um coração sábio, é preciso aprender a entender [ou marcar] o tempo. Já em Efésios 5:16, em texto atribuído a Paulo, lemos assim: “Remindo o tempo; porquanto os dias são maus” (BÍBLIA, Efésios, 5, 16) e descobrimos que o verbo transitivo “remir”, nesse contexto, tem a ver com o domínio do tempo. As ideias se complementam facilmente, sendo que, primeiramente, temos de entender o tempo e, depois, dominá-lo, aproveitando as oportunidades. A igreja é responsável por resgatar, por entender e dominar esse tempo histórico-cronológico considerando um entendimento renovado acerca de seu legado em cada época. De acordo com Jesus, as portas do inferno [as portas da influência] não prevalecerão contra a igreja que é fundamentada na revelação do modelo vivo.
A igreja dos primeiros três séculos entendeu e dominou seu tempo, criando ferramentas de influência para atuar em diversos setores da sociedade, redesenhando o mundo de sua época. Jesus repreendeu os hipócritas pelo fato de que, embora eles soubessem interpretar o aspecto da terra e do céu, não sabiam interpretar o tempo presente (Lucas 12:56). A questão que está por trás dessa advertência de Jesus é a necessidade que temos de ser pessoas criativas para ajudar a Igreja, através de uma crença com base sólida.
Com essa crença sólida, a igreja podia aproveitar para distribuir as riquezas de Sua graça no mundo inteiro, fosse qual fosse o tempo. Para Jesus, os que se consideravam o povo de Deus haviam negligenciado essa base de entendimento/discernimento dos tempos, por isso não eram criativos.
“E, se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé? Não pergunteis, pois, que haveis de comer, ou que haveis de beber, e não andeis inquietos” (BÍBLIA, Lucas, 12, 28-31).
Jesus revelou que “as nações do mundo buscam todas essas coisas; mas vosso Pai sabe que precisais delas. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (BÍBLIA, Lucas, 12, 28-31). Depois dessa explanação, Jesus ajustou o foco dos seus ouvintes dizendo: “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino” (BÍBLIA, Lucas, 12, 32). Onde muitas pessoas [da igreja] enxergavam a necessidade de ajuntar coisas, Jesus via a igreja como um movimento poderoso para vender, dar e fazer coisas que faziam diferença real em suas vidas (Lucas 12:33).
A Igreja ainda estava vigiando as coisas erradas. Estava só vigiando as coisas para a manutenção do seu sustento e não estava atendendo às necessidades do seu mundo, não estava vivendo a filosofia de dentro para fora. Nesse discurso do capítulo 12 de Lucas, Jesus encerrou sua explanação com uma observação que serviu para dar o tom do movimento da Igreja. Jesus disse que é responsabilidade da igreja julgar, por si mesma, o que é justo. Isso quer dizer que, por termos o Reino, somos capazes de entender e dominar o tempo. Ele desejou trabalhar em nós, nos alinhando à Sua vontade, para respondermos adequadamente às necessidades de nosso mundo.
Você é chamado a trazer ordem ao caos, mas primeiro tem que resolver o caos dentro de você. Veja o vídeo e faça o importante exercício e desafio que Rodrigo do Rio nos propõe em https://www.youtube.com/watch?v=kLK0KC5OB9k.